Fale com as Paredes

domingo, julho 16, 2006

das novidades

voltei pra Livraria, antes do prazo previsto! e eu achava que nem ia voltar mais...
rolou um sentimento de derrota por não ter dado certo lá no restaurante.
ser humano é uma merda.
faz uma semana que eu tenho barba! um selvagem praticamente...
finalmente acabei de ler "O crime do padre Amaro" do Eça. a prova era pro mês passado mas tudo bem.
bombei nesse semestre bonito na faculdade.
to lendo "Cinzas do Norte" de Milton Hatoum (o cara que escreveu "Dois Irmãos").
to tirando carta de motorista!!
CFC é uma merda...
próximos na lista de compras: Bob Dylan, Doors, The Stooges, Buffalo Springfield. tenho que atualizar meus CDs internacionais com velharias em inglês de ótimo padrão...
eu acho que instalei o MSN aqui em casa, mas é uma versão beta do Windows Live Messenger que não vai muito com a minha cara e por isso não conecta...
to pensando em comprar uma moto usada, porque é mais barata que um carro usado.
minha vó tá linda, mas não pode saber que eu vou tirar carta de moto também...
visitei meu avô hoje, vai muito bem de saúde... tenho que voltar lá mais vezes.
puta que pariu! que saudade do Urso!
E da minha mãe também!
to louco pra começar a dirigir!
vou nessa...
TCHAU!

quarta-feira, julho 05, 2006

Chico só pra celebrar

A volta do malandro
Eis o malandro na praça outra vez
Caminhando na ponta dos pés
Como quem pisa nos corações
Que rolaram dos cabarés

Entre deusas e bofetões
Entre dados e coronéis
Entre parangolés e patrões
O malandro anda assim de viés

Deixa balançar a maré
E a poeira assentar no chão
Deixa a praça virar um salão
Que o malandro é o barão da ralé

!

mudança de ares por aqui, Paredes amigas!
estamos indo de volta pra casa...

domingo, julho 02, 2006

cena de filme

Don Quixote é um personagem muito requisitado pela família. Minha vó o ama. Eu, pelo amor à Literatura o admiro, embora ainda não tenho lido suas aventuras - já está na lista de "coisas pra fazer antes de morrer". Outras pessoas queridas podem não se reconhecer na fina flor da cavalaria andante, mas eu os reconheço nele.

Durante muito tempo algumas pessoas diziam-me que eu era um sonhador, que eu tinha um caráter de fugitivo da realidade e que eu me fechava nos livros como uma forma de não evitar o mundo e as pessoas. Quando eu as ouvia, percebia que elas me desenhavam tal um Quixote. Nunca me ofendi, até gostava - e ainda gosto - disso. No entanto hoje eu vejo que estou num período de ser mais Sancho Pança - que, segundo um amigo da Livraria com quem conversei recentemente, é o verdadeiro peso, a força desse que é o grande romance moderno.

E pensando no Sancho foi que eu me lembrei da cena de um filme espanhol baseado na história de Don Quixote que há alguns anos assisti. Talvez seja esse um os filmes que mais me marcou em tão poucas cenas, o Urso bem o sabe pois já conversei muito com ele (que ainda não o viu) sobre ele.

Numa das cenas finais, há um duelo na praia entre o engenhoso fidalgo e o médico de sua vila que se disfarça de outro cavaleiro andante para tentar levá-lo de volta. O acordo do duelo é de que aquele que for derrotado deverá reconhecer como a mulher mais bela entre todas a donzela de seu adversário e também renunciar à vida andante. Obviamente, Quixote é derrotado. O "cavaleiro" então apontando a espada para o pescoço da herói, reclama seu prêmio. A resposta que ele obtém é íntegra como somente uma resposta de Quixote poderia ser: morrerei antes de dizer que possa haver mulher mais bela que a formosa Dulcenéia (que na verdade é mais uma idealização de Quixote). O médico que não intenta matá-lo exige que ao menos ele deixe a vida de cavaleiro andante e volte para sua casa.

À essa altura do filme todos sabemos que deixar essa vida, para Quixote, significa morrer. Lá está ele estendido na praia, depois de, em nome da honra, ter aceito o prêmio de seu adversário quando Sancho que o amparava nos braços revoltá-se, e aos brados diz para a corte do outro cavaleiro que se afasta uma das frases mais marcantes que eu já ouvi:

- Nossa glória não é fumaça para ser espalhada pelo vento! Viva Don Quixote de la Mancha! Viva Dulcenéia!

Metal contra as nuvens (trechos)

Viajamos sete léguas
Por entre abismos e florestas
Por Deus nunca me vi tão só
é a própria fé o que destrói.
Estes são dias desleais.
(...)
E, por honra, se existir verdade
Existem os tolos e existe o ladrão
E há quem se alimente do que é roubo.
(...)
É a verdade o que assombra
O descaso que condena,
A estupidez o que destrói
(...)
Não me entrego sem lutar -
Tenho ainda coração.
Não aprendi a me render:
Que caia o inimigo então.