não é só porque é meu aniversário, seria reduzir e restringir essa sensação fresca ao meu ego, seria ultrajá-la e talvez matá-la.
Setembro me lembra dos beija-flores. e da grama. do céu azul nas serras do sul de Minas Gerais.
Me lembra toda a poesia que há vida e que a gente esquece por descuido de bobagens. dos milagres que sempre acontecem quando a gente não está olhando. de um deus que não está em nenhuma religião.
Me lembra de quando eu brincava com o Johnny. E de quando a gente jogava bola com o Tonzinho no asfalto ou video-game dentro de casa.
Setembro não me deixa esquecer da Terra do Nunca e dos Meninos Perdidos. De um menino e um nariz de palhaço.
do sorriso da Fernanda.
de quando minha mãe fazia o almoço simples pra quando eu chegasse da escola.
da parte boa do amor.
Setembro, agora, me revitaliza a sensação que sexta-feira à tarde me trazia ao sair do SESI.
A Meime. Minha avó.
Meu pai antes de ser velho.
Setembro sopra do meu ouvido as palavras que eu não posso esquecer. A direção que eu devo seguir.
As flores se abrem para abraçar Setembro. Os sorissos florescem para beijar Setembro.
E uma vez mais a Vida veste o manto da primaveira para dançar com todos nós em Setembro.